Conversa com… NICOLAU VON RUPP

A Praia do Norte esteve à conversa com Nicolau Von Rupp. O surfista português, que está presente na Surfer Wall do Forte de São Miguel Arcanjo, vai integrar o circuito mundial de ondas grandes na temporada que se aproxima. Nicolau fala da sua carreira e dos objetivos que pretende atingir no futuro.

Este ano recebeste um wild-card da World Surf League para integrar o circuito mundial de ondas grandes de 2019/20. O que esperas dessa experiência?
Foi uma grande surpresa ter ficado em sexto lugar de melhor atleta da temporada no WSL Big Wave Awards. Foi um ano com bastante trabalho, em que eu dediquei muito tempo à Nazaré e às ondas grandes pelo mundo fora. E ser recompensado com o sexto lugar e um wild-card é realmente excelente. Era um objetivo traçado já há algum tempo e concretizá-lo sabe bastante bem. O que é que eu posso esperar? Agora é começar a preparar a temporada e dar tudo para uma requalificação ou terminar no top 10 ou top 5. No próximo ano é esse o grande objetivo.

Será a primeira vez que Portugal vai ter dois surfistas a competir no circuito mundial de ondas grandes em simultâneo. É mais uma forma de Portugal se afirmar nesta modalidade?
É verdade, Portugal tem um potencial enorme em termos de surfistas, não só de ondas grandes mas também de ondas pequenas. Somos um país bastante completo em termos de ondas, o que tem vindo a afirmar-se ao longo dos anos, com surfistas como o Alex Botelho, o João de Macedo, o Hugo Vau. Tudo grandes atletas que merecem estar no topo do mundo, e termos dois é um orgulho enorme.

Persegues, há vários anos, ondas grandes em vários locais do globo e, atualmente, és habitual na Praia do Norte. Como descreves a tua relação com esta praia?
A Praia do Norte é a minha segunda casa hoje em dia. Passo bastante tempo aí. É uma sorte poder ter um campo de treino como a Nazaré à porta de casa. Há pessoas que viajam de todo o lado do mundo para surfar estas ondas e eu tenho isto apenas a uma hora de distância de minha casa. É um orgulho poder representar Portugal e as ondas portuguesas e tem sido um grande desafio. Nós acabamos por surfar ondas grandes, mais do que ninguém, porque a Nazaré quebra tantas vezes, a comparar com outros sítios do mundo. E isso tem-se notado também nas nossas performances.

Também te dedicas a lançar documentários com sessões épicas de ondas grandes. É importante dar a conhecer o teu surf para alcançares objetivos, como este wildcard, por exemplo?
A divulgação do nosso surf é super importante também. Não é só surfar ondas grandes… hoje em dia, através das redes sociais e dos sites, temos plataformas para divulgar o nosso surf e vejo isso como tão importante quanto a própria onda.

Quais são os teus planos para o futuro?
Os meus planos são continuar a progredir no desporto, a tentar bater recordes, a melhorar o meu surf, os meus desafios pessoais anualmente e ser melhor todas as temporadas. É esse o grande objetivo.