O recordista da maior onda surfada do mundo, com 80 pés/24,38 metros, Rodrigo Koxa, falou com a Praia do Norte sobre o feito conquistado. O surfista brasileiro, que faz parte da Surfer Wall do Forte de São Miguel Arcanjo desde Dezembro de 2016, tem o nome inscrito no Guinness World Records com uma onda surfada na Nazaré em novembro do ano passado.
O que sentiu quando percebeu que bateu o recorde da maior onda surfada do mundo?
Um sonho realizado… foi com os meus 14 anos de idade que tive a identificação que eu queria ser surfista profissional de ondas grandes. De lá para cá foram muitas viagens para Puerto Escondido, Indonésia e Chile e cheguei a morar no Hawaii e Tahiti. Até que apareceu Nazaré no cenário do BIG surf. Lembro-me que fiquei completamente alucinado. Fui para Nazaré pela primeira vez em 2013, e depois disso não perdi mais nenhuma temporada. Eu estava apaixonado por toda aquela condição especial. Passei a ir todos os anos e tive uma experiência bastante desafiadora em 2014, que me fez respeitar ainda mais Nazaré. Depois disso eu passei a treinar muito mais, tracei minhas melhorias junto com minha equipe que é composta com os portugueses Sérgio Cosme e António Silva.
Quando o recorde foi oficializado, tudo o que eu vivi passou a ter ainda mais sentido. Todas as viagens, todas as vivências viajando atrás de enormes swells fizeram com que no dia 8 de novembro de 2017 eu pudesse me sentir confiante para surfar a maior onda da minha vida e poder receber este reconhecimento tão almejado pelos Big Riders, que é surfar a maior onda mundo. Foi incrível nunca ter desistido desse sonho e conseguir concretizar isso com 38 anos de idade.
Surfar uma onda daquele tamanho é de loucos. Sentiu logo que poderia bater um recorde com aquela onda específica?
Sim, eu amo demais esse esporte, e logo que vi as primeiras imagens eu chorei, eu não acreditava no tamanho da minha onda que estampava as fotografias. Logo acreditei que minha onda estava muito grande. Devido a estudar muito este nosso esporte, eu passei a acreditar que essa era a minha vez. O resto foram as mãos de Deus… Ou melhor, tudo foi as mãos de Deus!!! Entreguei meu sonho a ele… e hoje sou só gratidão.
Qual é a importância de ver a bandeira brasileira representada nos recordes do guiness?
Incrível não é? Todos amam a sua pátria, assim como eu amo a minha. Embora ter concretizado este sonho em Portugal também foi algo muito especial para mim. Sou descendente de português. Meu sobrenome é português. Então representar a bandeira do país que nasci e do país onde meus antepassados nasceram foi especial demais para mim.
Não tem preço subir na noite do Oscar e ser chamado como o novo campeão mundial de ondas gigantes batendo o recorde mundial do Guinness. Só o esporte mesmo para dar tanta alegria. Obrigado a todos que fizeram parte.
A Nazaré tornou-se especial para si, com este recorde?
Já era especial, desde a minha primeira vez aí, em 2013. Hoje me sinto parte desse lugar mágico. Eu amo esta vila e as pessoas que vivem aí.
Aprendi muita coisa em Nazaré e com certeza terei muito mais para aprender e viver nesse lugar onde existe o maior fenómeno da natureza quando se trata de ondas gigantes.
Depois disto, que objetivos existem para atingir?
Estou alinhando bons patrocinadores para viver com mais intensidade essa minha história com o BIG surf, principalmente em Nazaré. Estive sem patrocínio nos últimos 3 anos e precisei diminuir muito a quantidade de viagens.
Agora quero defender esse recorde com todo amor do mundo e quem sabe quebrar o próprio novamente.