Município da Nazaré convidado para as Jornadas sobre GOUF de Capbreton

A convite do Município Francês de Capbreton, a Nazaré foi a convidada de honra para as segundas Jornadas sobre o GOUF de Capbreton.
Esta região francesa tem um Canhão submarino de características semelhantes ao da Nazaré, sendo, igualmente, conhecida ao roteiro do Surf mundial.
A primeira parte das jornadas foram dedicadas aos diversos estudos científicos, bem como às atividades de mergulho no desfiladeiro submarino de Capbreton, tendo a segunda parte das Jornadas sido dedicadas inteiramente ao Canhão da Nazaré.
Estiveram presentes em representação do Município da Nazaré, Pedro Pisco, Dino Casimiro e Paulo Salvador, com uma apresentação e promoção do Projeto das Ondas da Nazaré, proporcionadas pelo Canhão.
João Vitorino e a Aurora Rodrigues, do Instituto Hidrográfico (IH) também foram oradores destas jornadas, explicando os estudos efetuados ao Canhão da Nazaré. Recorde-se que o Canhão Submarino da Nazaré tem vindo a ser investigado pelo Instituto Hidrográfico, juntamente com parceiros europeus, com o objetivo de compreender a sua estrutura geológica e os processos dinâmicos e sedimentares que nele ocorrem.
Os surfistas Eric Rebiere, Pilou Ducalme, Gautier Garanx, Julien Molia, Fred Vida e Joel Badina, falaram, por seu turno, das experiências pessoais nas ondas da Nazaré, numa palestra que encerraria o dia das jornadas dedicadas a estes dois grandes vales submarinos.

O Canhão Submarino da Nazaré, o maior da Europa e um dos maiores do mundo
Este vale submarino corta toda a margem continental ao largo da Nazaré e prolonga-se por cerca de 200 quilómetros, com profundidades que vão desde os 150 metros (junto à costa) aos 5 mil metros.
Ao longo do canhão submarino, ocorrem processos dinâmicos e sedimentares extremamente energéticos, que podem desempenhar um papel fundamental na formação e manutenção de ecossistemas marinhos profundos específicos.
A dinâmica deste canhão potencia a ocorrência de águas ricas em nutrientes nas camadas superficiais, com impactos na abundância e diversidade de peixe deste mar; e modifica as condições de propagação da ondulação, do largo para a zona costeira, gerando ondas extremas na Praia do Norte, o que proporciona condições únicas para a prática do surf.