Conversa com… NUNO DIAS

A Praia do Norte esteve à conversa com Nuno Dias. O fotógrafo de 24 anos já é presença habitual na Nazaré e venceu dois prémios com o projeto “Empties“, filmado na Praia do Norte.

Considera que os fotógrafos são importantes no reconhecimento da Praia do Norte pelo mundo?
Sim, tanto os fotógrafos como os filmmakers têm ambos um papel fundamental na divulgação da Praia do Norte. Em cada sessão de ondas gigantes são sempre registados momentos incríveis, sendo que são muitas vezes estes os responsáveis diretos pela popularização/viralização das imagens e têm um impacto direto e pró-ativo na divulgação da Nazaré.

Esteve nomeado para vários troféus com o “Empties”, filmado na Praia do Norte. E, inclusive, venceu dois desses prémios. Que significado tem esse filme para si?
O “Empties” foi um projeto bastante especial para mim Foi filmado durante dois Invernos em vários dias diferentes na Praia do Norte, uns com condições extremas outros com ondas perfeitas. O conceito do filme era mostrar a beleza e a força das ondas da Nazaré, de uma forma mais artística, sem ter qualquer surfista presente nas imagens. Relativamente à banda sonora do filme, foi originalmente composta pelo artista português Luís Medeiros, da banda Ditch Days, e foi pensada de forma a criar um efeito de “hipnotizar” o espectador com o estilo synth/épico. Uns meses mais tarde, acabou por ganhar dois prémios em dois festivais conceituados no mundo do surf: melhor curta-metragem no “Surf at Lisbon” e melhor Direção de Fotografia no festival brasileiro “Lagoa Surf e Arte”.
Foram ambos os primeiros prémios que ganhei na minha carreira, e por isso mesmo, o torna ainda mais especial! A nível mediático também teve uma grande divulgação na imprensa internacional, tendo sido destacado no jornal Francês L’equipe, Turismo de Portugal, World Surf League, Surfer Magazine, Stab, The Inertia, The Adventure Sports Network… Foi sem dúvida o projeto que me deu mais prazer e motivação até agora e o feedback tem sido bastante positivo!!

O Nuno viaja pelo mundo em busca das melhores fotografias/vídeos de ação na água, mas passa muito tempo na Praia do Norte. Como descreve a sua relação com este lugar?
Comecei a fotografar com 12 anos, em Carcavelos, e na altura andava sempre com os bodyboarders pelas praias portuguesas. Comecei a trabalhar com o António Cardoso e certo dia ele chamou-me para ir à Nazaré fotografar. Lembro-me que nesse dia faltei à escola, acordei de madrugada e fui com o meu irmão até à Praia do Norte. Assim que chegámos as ondas estavam incríveis! Dois metros offshore com a água azul. Estive o dia todo na praia a fotografar e deu para ver a qualidade das ondas. Passados dois dias voltei novamente à Nazaré, mas desta vez o mar estava bem diferente… no espaço de umas horas as ondas cresceram de 1,5m para 3-4 metros. Até à data aquelas eram as maiores ondas que já tinha visto e fiquei deslumbrado!
Já tive a oportunidade de viajar para alguns dos destinos mais reconhecidos e icónicos no mundo surf, lugares como o Hawaii, Indonésia, Namíbia, Chile, África do Sul, Nova Zelândia, Brasil, Canárias, Maldivas… foram viagens bastante importantes para a minha formação como filmmaker, no entanto foi na Nazaré que registei os momentos mais incríveis e extraordinários até agora. É um lugar bastante especial para mim, tenho muitos amigos lá e hoje em dia é a meca do surf de ondas grandes.

Com 24 anos, quais são os seus objetivos futuros?
Estou neste momento a trabalhar no meu primeiro documentário sobre o waterman Kalani Lattanzi, filmado na Nazaré e no Brasil. Temos produzido bastante nestes últimos meses, tem sido incrível ter a oportunidade de trabalhar com alguns dos melhores surfistas e videomakers na Praia do Norte e espero em breve fazer algumas estreias em cinemas para vos mostrar o resultado final!
Aproveito para deixar um especial agradecimento a todos os Nazarenos pela amizade e hospitalidade e também à Câmara Municipal da Nazaré por continuar a investir em infra-estruturas, eventos e redes de apoio a todos os que frequentam a Praia do Norte!